Quando se fala em descarte de resíduos sólidos, existe uma série de opções a se recorrer para realizar tal tarefa. As formas mais utilizadas em território brasileiro e conhecidas pela população são os vazadouros a céu aberto e os aterros sanitários, que apresentam diversas diferenças e possuem impactos socioambientais completamente distintos.
Os vazadouros a céu aberto, mais conhecidos como lixões, são uma das formas mais comuns de descartar o lixo dos municípios. No entanto, a utilização desse tipo de recurso é preocupante devido ao fato de os resíduos acumulados nesses locais entrarem em contato direto com solo, liberando seu chorume (líquido proveniente do lixo), que pode ocasionar uma série de problemas ao meio-ambiente e à população que convive nesses espaços. Alguns dos riscos são: contaminação do solo; dos lençóis freáticos; poluição do ar com a liberação de gases, como gás metano; bem como a proliferação de animais que podem transmitir doenças aos seres humanos, como ratos, moscas, baratas e pássaros.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008, aproximadamente 50% dos municípios brasileiros recorriam aos lixões como o principal destino de seus resíduos. Apesar disso, a tendência é que esse tipo de área de descarte caia em desuso devido ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que proibiu, em 2010, o descarte nesses locais e estabeleceu o prazo de quatro anos para que estados e municípios tomassem medidas para garantir um destino adequado ao lixo.
Já o aterro sanitário é a forma de disposição de resíduos sólidos no solo que gera um impacto socioambiental mínimo, por ser realizado a partir de um conjunto de técnicas e normas que visam evitar danos à saúde pública e proteger o meio-ambiente de qualquer contaminação. Tais técnicas se referem à proteção do solo e lençóis freáticos, com o estabelecimento de uma distância mínima de 100 metros de cursos de água e área construída; impermeabilização do solo; cobertura diária do lixo feita com material adequado (terra, ou outro material de forração); drenagem de chorume e de gás metano e tratamento de todos os dejetos.
Além dessas questões, os tipos de resíduos que podem ser descartados em aterros sanitários são os de Classe II, considerados não perigosos, segundo a classificação NBR 10.004/1987 da ABNT. Os resíduos de Classe I, considerados perigosos, se referem, entre outros, à produtos corrosivos; inflamáveis; tóxicos ou ácidos.